Conheça tudo sobre os 17 tipos de paralisia facial

POR ADRIANA DORIGÃO - 8 MINUTOS DE LEITURA

A paralisia facial é uma condição que afeta os nervos e músculos da face, podendo causar a perda de movimentos na região.

Em resumo, as pessoas acometidas podem apresentar sintomas de paralisia só de um lado ou de ambos os lados do rosto.

Na maioria dos casos os sinais são visíveis, consistindo em dificuldades de movimentar as sobrancelhas, de sorrir, de piscar os olhos e até de falar, além de déficit no lacrimejamento e na salivação.

Tradicionalmente as pessoas relacionam esse problema com o AVC (Acidente Vascular Cerebral), mas a paralisia facial está longe de ter apenas um fator de risco.

Inclusive, existem pelo menos 17 tipos de paralisia da face e cada um tem uma origem diferente.

Continue lendo, porque nesse artigo eu te explico melhor esse assunto!

Os 17 tipos de paralisia facial conhecidos pela ciência

A descobertas dessas condições foram feitas com a observação clínica de pacientes que chegavam com sintomas de paralisia no rosto.

Ao investigar as causas desses problemas, os especialistas descobriram diversos pontos de partida para a doença, que então foi dividida em subtipos.

Entenda cada um deles nos tópicos abaixo, onde eu explico alguns detalhes!

Alterna

As paralisias faciais alternas podem atingir ambos os lados do rosto, mas apresenta-se quase que unicamente em apenas um dos lados.

Esse tipo de paralisia é um dos principais tipos de PFP (Paralisia Facial Periférica) e pode acometer jovens, adultos e idosos.

Já as causas desse problema podem incluir hemorragias no segmento de nervos faciais, tumores, isquemias, infecções, processos inflamatórios e doenças autoimunes.

Bilateral

A paralisia facial bilateral, ou diplegia facial (DP), é um dos tipos de paralisia facial periférica mais incomum, representando menos de 1% dos casos.

Entretanto, ela pode ser causada por diversas condições, como doença de Lyme, sarcoidose, HIV, síndrome de Guillain-Barré, tumores e meningite, além de traumas no crânio, infecções e hemorragias.

Nesse tipo de paralisia, um ou mais nervos periféricos do rosto é envolvido em uma inflamação causada por uma doença pré-existente. A condição pode ser observada em pessoas adultas e até mesmo em crianças.

Central

Esse tipo de paralisia facial é caracterizado por lesões no giro pré-frontal ou nas fibras corticobulbares da coroa radiata, que são estruturas cerebrais.

Os fatores de risco para a paralisia facial central são neurológicos. Porém, os sinais podem ser vistos em interrupções singelas na mímica da face.

Geralmente as pessoas mais acometidas são adultos de meia idade e idosos com histórico de lesões neurológicas.

Com hipermimia paradoxal

A paralisia facial com hipermimia paradoxal (PFHP) é originada em possíveis lesões cerebrais que afetam a ligação entre o cérebro e os nervos e músculos da face.

Os sintomas desse tipo de paralisia facial são o aumento involuntário das mímicas do rosto em dados momentos, enquanto em outros há uma interrupção dos movimentos.

Esse é um dos tipos de paralisia facial mais difíceis de ser detectado, por suas características peculiares. Ele pode acometer pessoas de todas as idades e ser causado por fortes emoções, traumas e doenças pré-existentes.

Congênita e em crianças

Dá-se o nome de paralisia facial congênita às condições do tipo que são observadas em recém-nascidos.

Geralmente, já nos primeiros momentos do pós-parto os médicos conseguem observar alguma dificuldade de expressão na face da criança.

As causas geralmente são malformações nos nervos que interligam os músculos do crânio e do rosto.

Do andar superior unilateral

A chamada paralisia facial do andar superior unilateral é causada por lesões simples em nervos da porção superior de um dos lados do rosto.

Ela geralmente acomete jovens, adultos e idosos e se apresenta como uma leve flacidez dos tecidos em volta de um dos olhos, que é melhor observada quando a pessoa acometida sorri.

Do andar superior bilateral

Tendo grandes semelhanças com a sua "prima" unilateral, a paralisia facial do andar superior bilateral difere basicamente na sua apresentação, podendo acometer os dois lados da face de uma pessoa.

Contudo, ela pode ter algumas outras causas, além da infecção pela bactéria da lepra. Como exemplo, esse tipo de paralisia facial pode ser provocada por desordens genéticas, sendo observada inclusive já em crianças e adolescentes.

Emocional

A paralisia facial emocional (PFE) acontece durante ou imediatamente após fortes emoções. Esse tipo de paralisia é, portanto, originada no cérebro. 

O que acontece é uma interrupção na troca de informações entre as estruturas encefálicas e os músculos da face.

As pessoas acometidas pela PFE apresentam assimetria do rosto em repouso, mas conseguem fazer todos os movimentos voluntários normalmente, como sorrir, piscar os olhos e abrir a boca.

Tecnicamente esse tipo de paralisia facial pode acometer pessoas de todas as idades, mas é mais comum em jovens, adultos e idosos.

Familiar

Também podendo ser chamada de hereditária, a paralisia facial familiar é um dos tipos de paralisia facial mais raros que existe.

Em resumo, essa condição pode ser herdada de ancestrais através do repasse de fatores genéticos alterados e doenças autoimunes. 

Pessoas acometidas pela paralisia facial familiar costumam apresentar sintomas de paralisia de Bell, que podem se manifestar a qualquer momento. 

Muscular e da junção neuromuscular

A paralisia facial muscular e da junção neuromuscular também pode ser repassada hereditariamente e tem origem em alguns fatores genéticos.

Essa doença é caracterizada pela incidência de fraqueza muscular em diversos segmentos dos músculos da face da pessoa acometida.

Os sinais geralmente são vistos já em crianças e jovens e podem incluir dificuldade de falar e de engolir, além de um extremo relaxamento no rosto, que é involuntário.

Na neuropatia cranial múltipla

Chamam-se de paralisias faciais na neuropatia cranial múltipla as paralisias que afetam conjuntos de nervos cranianos.

Essa condição pode acometer pessoas de todas as idades e afetar apenas um dos lados do rosto ou os dois. Porém, os nervos afetados são sempre de uma mesma ordem.

As causas para a condição incluem meningites, lesões cranianas e carcinoma de nasofaringe, que é um tipo de tumor maligno.

Periférica ou paralisia de Bell

A paralisia facial periférica, ou paralisia de Bell, como também é chamada, é o tipo mais comum de paralisia facial.

Essa condição pode afetar vários segmentos de nervos da face, dificultando os movimentos do rosto, a salivação e o lacrimejamento. Geralmente afeta pessoas que estejam entre 15 e 40 anos, sendo muito comum em gestantes e diabéticos.

Já as causas da paralisia de Bell podem ser muitas. Para se ter uma ideia, especialistas apontam que cerca de 85 outras condições podem provocar esse tipo de paralisia facial. 

Entre os principais fatores de risco estão AVC, tumores, traumas na face, otite média e doença de Lyme.

Psicogênica 

Assim como outros tipos de paralisia facial catalogados, a paralisia facial psicogênica não é um tipo de paralisia em si, mas sim uma causa para paralisias.

Em suma, essa situação clínica é observada em pacientes que apresentam sintomas clássicos de paralisia facial com origem em fatores psíquicos.

Ou seja, a pessoa passou por episódios de problemas psicológicos e em seguida apresentou sintomas de paralisia facial.

Por fim, vale destacar que a faixa etária predominante para essa condição é de 28 a 55 anos, referente à fase adulta.

Ramuscular

Esse tipo de paralisia facial acontece devido a inflamações no quinto e sétimo nervo cranial, causadas pelo bacilo de Hansen, a bactéria que causa a lepra.

Essas lesões geralmente promovem paralisia na parte superior do rosto, dificultando o piscar dos olhos e o franzir da testa, por exemplo.

Além disso, ambos os lados do rosto podem ser afetados e em pessoas de todas as idades, que eventualmente sejam infectadas pelo bacilo de Hansen.

Recorrente

O termo "paralisia facial recorrente" não se refere a um tipo de paralisia em específico, mas a episódios de paralisia que se repetem.

No entanto, vale destacar que a maioria das pessoas que experimentam essa condição são acometidas pela paralisia de Bell, que vai e volta.

Transitória

A paralisia facial transitória (PFT) é uma condição temporária, como o seu nome já diz, e pode acometer qualquer pessoa que esteja exposta a fatores de risco.

Dentre as coisas que podem causar PFT está a inalação de substâncias tóxicas ou a exposição a grandes altitudes, por exemplo.

O que acontece é uma supressão temporária de nervos e músculos da face, provocando sintomas como a paralisia propriamente dita, espessamento da saliva e uma sensação de anestesia na língua.

Depois dos episódios de incômodo facial, a maioria dos pacientes volta ao normal por conta própria sem adquirir qualquer sequela.

Volitiva bilateral com motilidade emocional preservada

Esse tipo de paralisia também é conhecido como síndrome de Foix-Chavany-Marie, pode afetar os dois lados da face e é originada em estruturas do cérebro.

Entre os sinais do problema estão dificuldades de falar e engolir, além da clássica dificuldade de movimentar alguns músculos do rosto.

Esse é um dos tipos de paralisia facial que podem acometer pessoas que sofreram lesões neurológicas graves, por exemplo.

Qual o tratamento para paralisia facial?

Fisioterapia para os tipos de paralisia facial

Apesar de tudo, existem tratamentos simples para a maioria dos tipos de paralisia facial. 

Em quase todas as situações, o especialista na área receita alguns medicamentos específicos para tratar a causa da paralisia e sessões de fisioterapia para a recuperação dos movimentos do rosto.

Contudo, não é correto apontar esse ou aquele tratamento como a solução definitiva. Afinal, cada tipo de paralisia requer um olhar diferente.

Portanto, caso você apresente sintomas de algum dos tipos de paralisia facial que eu apresentei, procure atendimento médico e investigue as causas do problema.

Dra. Adriana Dorigão

Dra. Adriana Dorigão

Crefito 8/67793 F
Fisioterapeuta de Paralisia Facial

Fisioterapeuta desde 2003 e membro da Associação Brasileira de Fisioterapia Forense e do Comitê da ABNT - Comissão de Estudos Especiais em Ergonomia. Atua com a reabilitação de paralisia facial, drenagem e dor facial há 17 anos, estudando e entendendo a anatomia e a fisiologia da face de cada paciente para realizar o tratamento mais adequado e personalizado.

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