Como tratar a paralisia facial em crianças da maneira correta?

POR ADRIANA DORIGÃO - 4 MINUTOS DE LEITURA

Embora menos comum, a paralisia facial em crianças é alvo de diversas pesquisas e pode surgir a qualquer momento, sem que haja um motivo aparente.

Mas, com a orientação profissional correta e os devidos cuidados, é possível reverter o quadro totalmente.

Neste texto, vamos mostrar as principais causas do problema, assim como os tipos conhecidos e quais são os profissionais que podem fazer o diagnóstico e indicar o melhor tratamento. Acompanhe!

O que é a paralisia facial em crianças?

A paralisia facial em crianças é caracterizada pela perda dos movimentos de um ou mais músculos da face.

O problema pode atingir um ou os dois lados do rosto, mas é mais comum que só um lado da face seja prejudicada.

A paralisia facial ocorre quando o nervo facial sofre alguma lesão ou inflamação que prejudique a transmissão dos sinais nervosos. 

A gravidade e extensão do problema vai variar de caso a caso. É possível que a paralisia atinja a bochecha, os lábios, o nariz, os olhos ou toda a musculatura facial.

Quais os sintomas da paralisia facial em crianças?

Quando se trata de recém-nascidos, pode ser mais difícil identificar os sintomas, sendo necessário a ajuda de um profissional atento.

Quando a criança consegue se comunicar, é possível que ela perceba e relate o problema. De qualquer forma, os sinais mais comuns são:

  • Boca torta
  • Dificuldade em fazer movimentos simples, como piscar
  • Dor perto da orelha
  • Produção irregular de saliva e lágrimas
  • Perda do paladar em alguma parte da língua

O que pode causar paralisia facial em crianças?

Assim como nos adultos, a paralisia facial em crianças pode não ter uma causa definida. Nesses casos, é chamada de paralisia de Bell, sendo o tipo mais comum. Porém, há outras causas possíveis:

  • Herpes Zóster: é causada pelo vírus da catapora que, mesmo após a cura da doença, fica incubado e volta a se manifestar em algum momento, causando um tipo de paralisia facial chamada de síndrome de Ramsay Hunt.
  • Outros vírus: a paralisia facial em crianças também pode ser desencadeada por outras infecções virais, como a rubéola.
  • Tumores benignos e alterações bruscas de temperatura também estão entre as possíveis causas.

Paralisia facial congênita

Paralisia facial congênita em crianças

É importante ressaltar que a paralisia facial em crianças pode ser congênita. Nesses casos, a criança nasce com o problema. 

A situação é classificada como rara e pode se originar devido a alguns fatores:

  • Trauma no canal do parto que faz com que uma pressão seja exercida no nervo facial. Isso pode ocorrer caso o bebê seja muito grande, sua cabeça esteja em uma posição ruim, dentre outras situações.
  • Problemas no desenvolvimento do nervo facial e na própria musculatura do rosto também podem causar a paralisia congênita
  • Síndrome de Moebius
  • Paralisia parcial do lábio inferior (Síndrome CULLP)
  • Síndrome CHARGE
  • Microssomia Hemifacial

A criança que nasce com paralisia facial precisa de ajuda constante na hora de se alimentar. Além disso, é necessário um estudo completo do caso, na tentativa de determinar a causa real e receitar o melhor tratamento.

Quais os tipos de paralisia facial em crianças?

É comum que a paralisia facial em crianças seja classificada em 2 grandes grupos: congênita e adquirida

Como mencionamos, a paralisia congênita é aquela que atinge a criança desde o seu nascimento. 

Já a adquirida pode se manifestar em qualquer fase da infância e ter um início súbito.

Como diagnosticar a paralisia facial em crianças?

Para fazer o diagnóstico, o profissional responsável, que pode ser um otorrinolaringologista, precisa recorrer à anamnese e exame físico completo, a fim de classificar o grau do problema de acordo com a escala House-Brackmann.

Em recém-nascidos, é essencial uma observação atenta das linhas faciais, principalmente durante o choro. Dependendo do caso, o médico pode pedir uma avaliação audiométrica e um hemograma.

Já nos casos em que não há melhora no quadro após 3 semanas, há a necessidade de realizar exames de imagem e laboratoriais na tentativa de estabelecer as causas do problema.

Como tratar a paralisia facial infantil?

Fisioterapia para paralisia facial em crianças

Muitas vezes, a paralisia facial está associada à baixa imunidade e o tratamento indicado envolve três itens:

Assim, a fisioterapeuta de paralisia facial tem um papel importante na recuperação do paciente, sendo responsável por passar os exercícios corretos para a motricidade e orientar para que sejam feitos de forma sutil e sem exageros, por se tratar de uma musculatura muito delicada.

Mas, é importante lembrar que só profissionais qualificados serão capazes de prescrever o tratamento correto, pois haverá variações dependendo do caso.

Em situações mais graves em que não houve uma melhora com os métodos citados, ainda há a possibilidade da realização de uma cirurgia para aliviar a pressão sobre o nervo facial, como também fazer a reinervação com anastomose de outro nervo. 

Porém, o mais comum é que o problema se resolva com o tratamento clínico, já que o prognóstico de recuperação da paralisia facial em crianças é mais favorável do que em adultos.

Dra. Adriana Dorigão

Dra. Adriana Dorigão

Crefito 8/67793 F
Fisioterapeuta de Paralisia Facial

Fisioterapeuta desde 2003 e membro da Associação Brasileira de Fisioterapia Forense e do Comitê da ABNT - Comissão de Estudos Especiais em Ergonomia. Atua com a reabilitação de paralisia facial, drenagem e dor facial há 17 anos, estudando e entendendo a anatomia e a fisiologia da face de cada paciente para realizar o tratamento mais adequado e personalizado.

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