A paralisia facial tem diversos efeitos negativos na vida de uma pessoa. Pois, tarefas corriqueiras, como comer e até beber água, se tornam um problema. Além disso, movimentos que fazemos de forma quase automática, como piscar o olho, podem ficar prejudicados.

Por isso, quem sofre com essa situação precisa procurar atendimento especializado imediatamente para saber quais são os medicamentos e exercícios corretos para cada caso.

Neste texto, vou te ajudar a entender melhor a questão, abordando os principais pontos sobre a paralisia facial, como suas causas, sintomas, possíveis tratamentos e o que não se deve fazer quando o problema se manifestar. 

O que é paralisia facial?

A paralisia facial é a perda dos movimentos de um ou mais músculos do rosto, podendo ocorrer em uma ou ambas as faces devido a algum problema no nervo facial, no seu trajeto até a musculatura da face, ou em outros locais que ele inerve.

Pessoas nessa condição podem ter dificuldades para mover as sobrancelhas, as bochechas, os lábios e até as pálpebras. O sorriso e a aparência geral do rosto também são afetados em muitos casos. 

As causas do problema são diversas. Portanto, pessoas de todas as idades e sexos podem ser vítimas da doença, mesmo que não haja um histórico familiar.

Porém, a incidência costuma ser maior nos seguintes grupos:

• Pessoas com mais de 40 anos
• Pessoas com predisposição genética
• Mulheres grávidas, sobretudo durante o primeiro trimestre
• Também ocorre com maior incidência em mulheres uma semana após o parto
• Portadores de diabetes

Quais os tipos de paralisia facial?

A paralisia facial, embora seja sempre caracterizada  pela perda de movimentos em músculos da face, é dividida em alguns tipos distintos que buscam classificá-la de acordo com a região atingida e até mesmo associá-la a suas possíveis causas.

Então, ao analisar a literatura, é possível encontrar até 17 tipos clínicos da doença:

• Paralisia facial periférica ou paralisia de Bell
• Alterna
• Bilateral
• Paralisia facial na neuropatia cranial múltipla
• Recorrente
• Transitória
• Familiar
• Central
• Emocional
• Paralisia facial com hipermimia paradoxal
• Paralisia facial congênita e em crianças
• Ramuscular
• Paralisia facial volitiva bilateral com motilidade emocional preservada
• Paralisia facial do andar superior – unilateral
• Paralisia facial do andar superior – bilateral
• Muscular e da junção neuromuscular
• Psicogênica

O que causa paralisia facial?

A paralisia facial pode surgir por diversos fatores. Dentre eles, um dos mais comuns são as infecções virais, como a herpes zóster, que é causada pelo vírus da catapora que fica incubado e pode vir a se manifestar anos após a cura da doença.

Esse tipo de herpes ataca os nervos e pode causar a chamada síndrome de  Ramsay Hunt, que é um tipo de paralisia facial que prejudica os movimentos da boca, olhos e nariz.

Quando ocorre esse tipo de condição é possível observar dentro da orelha do paciente os sinais da Herpes zóster, além de muita dor na parte de trás da orelha. 

Outras doenças virais também são capazes de desencadear quadros de paralisia facial, como a Rubéola, Caxumba, herpes simples, citomegalovírus e outros.

Além disso, a situação pode ser desencadeada por tumores benignos, traumatismos, estresse, alterações repentinas de temperatura e também AVCs.

Por fim, é importante citar a paralisia facial de Bell, que ainda não tem uma causa definida. Portanto, para identificá-la, os especialistas vão trabalhar por exclusão, verificando primeiro se a situação do paciente é correspondente a alguma das causas citadas acima.

Quais os sintomas da paralisia facial?

Para saber se você está enfrentando um quadro de paralisia facial, esteja atento aos seguintes sintomas:

• O mais direto e comum é a paralisia total ou parcial dos músculos de um dos lados do rosto
• Boca torta, principalmente quando se tenta sorrir
• Dificuldades para fazer movimentos simples com o rosto, como fechar os olhos, levantar a sobrancelha  e franzir a testa
• Dor perto da orelha e na mandíbula do lado comprometido
• Menor ou maior produção de saliva e de lágrimas
• Perda do paladar em uma parte da língua
• Hipersensibilidade auditiva, dor de cabeça e de ouvido

Como evitar a paralisia facial?

Como mencionei, esse tipo de problema tem diversas causas, então torna-se difícil definir atitudes exatas que possam evitar a situação.

Mas, nos casos mais comuns em que a doença é causada pela Herpes Zóster, a forma mais eficaz de evitá-la é por meio do aumento da imunidade.

Além disso, alguns casos podem estar associados ao estresse, então, adotar um estilo de vida mais saudável é importante para diminuir a probabilidade de sofrer com paralisia.

Portanto, algumas atitudes são indispensáveis, como:

• Consumir mais vitaminas naturais
• Praticar exercícios regularmente
• Diminuir o consumo de alimentos industrializados
• Tomar sol
• Evitar o consumo de álcool e cigarros
• Dormir bem

Quais as principais complicações da paralisia facial?

Pacientes que lidam com os sintomas de paralisia em um dos lados do rosto e não conseguem a ajuda e o tratamento necessário podem enfrentar complicações físicas e emocionais, como por exemplo:

• Se há dificuldade em fechar um dos olhos, ele pode sofrer ressecamento e depois resultar em problemas mais sérios de visão.
• Outra complicação comum são os movimentos involuntários do rosto, em que o paciente tenta mexer uma parte e acaba movendo outra.
• As chamadas “lágrimas de crocodilo” também são um tipo de complicação comum. Elas ocorrem, por exemplo, quando a pessoa sente um cheiro de comida e, ao invés de salivar, ela começa a lacrimejar involuntariamente.
• Mas, uma das complicações mais sérias da paralisia facial é com certeza a emocional. Pois, pessoas acometidas pelo problema ficam com a expressão descaracterizada, o que muitas vezes gera um desconforto social, fazendo com que o paciente evite sair em público e se isole cada vez mais, enfrentando momentos de baixa autoestima. 

Qual o tratamento para a paralisia facial?

A paralisia facial é com certeza um problema que assusta muito o paciente em um primeiro momento. Mas, a maior parte dos casos pode ser tratada com medicamentos, vitamina B e fisioterapia.

Contudo, cada paciente deve ser analisado de forma individual, pois o tratamento indicado vai sofrer alterações de acordo o tipo de paralisia e a situação de cada paciente. Portanto, o primeiro passo ao identificar o problema é procurar um profissional da saúde especialista no assunto. Pois, só o especialista será capaz de fazer o diagnóstico adequado e recomendar o melhor tratamento.

A fisioterapia é parte fundamental da recuperação e também deve ser feita com o auxílio de um especialista que irá marcar as sessões de acordo com a necessidade de cada paciente.

Além disso, também há alguns exercícios que o profissional pode recomendar que sejam feitos em casa. Mas, cada um deles só deve ser feito uma vez ao dia em uma sessão de 10 movimentos, já que o excesso pode prejudicar a situação.

Também é importante fazer movimentos suaves, pois a musculatura do rosto é refinada. Lembre-se de fazer os exercícios sempre deitado para que a ação da gravidade não atrapalhe o processo.

Então, para iniciar os exercícios, o primeiro passo é apoiar a mão sobre a parte a ser movimentada no lado do rosto que não está paralisado, assim você evita a hipertrofia. Em seguida, faça os seguintes movimentos com o lado paralisado:

• Erga a sobrancelha
• Pisque o olho
• Contraia os músculos da face como se estivesse sentindo um cheiro ruim
• Movimente a boca como se fosse fazer um bico

O que um paciente com esse problema não deve fazer?

Para não agravar a paralisia facial e nem prejudicar o tratamento, existem algumas atitudes que o paciente deve evitar:

• Não passe gelo no lado paralisado
• Não use canudos
• Evite movimentos bruscos
• Beba apenas em copos largos
• Coma com o olho aberto
• Não mastigue chicletes
• Não encha balões

Por fim, vale ressaltar mais uma vez que o melhor caminho para receber o tratamento adequado é procurar ajuda profissional.