Entenda as causas e os tratamentos da dificuldade de enxergar de perto

POR CÉSAR BRESSANIM - 6 MINUTOS DE LEITURA

Com certeza você conhece alguém que se queixa de sentir dificuldade de enxergar de perto. 

Inclusive, essa condição, que é bastante comum, é o motivo pelo qual milhões de pessoas em todo o mundo usam óculos e lentes de contato.

Mas afinal, o que causa a dificuldade em ler ou ver objetos que estão mais próximos? Eu criei esse artigo justamente para responder essa pergunta.

Nos tópicos que seguem logo abaixo você vai encontrar as descrições de algumas causas da dificuldade de enxergar de perto, o seu diagnóstico e as formas de tratamentos disponíveis, que podem, inclusive, curar essa condição.

O que causa a dificuldade de enxergar de perto?

Em geral, a dificuldade de enxergar de perto ocorre por uma alteração no comprimento axial do olho (hipermetropia), alteração na curvatura da córnea (astigmatismo) ou perda progressiva da acomodação com a idade (presbiopia).

A seguir eu apresento, tópico a tópico, as doenças que podem gerar esse incômodo.

Hipermetropia

Considerada como a principal causa da dificuldade de enxergar de perto, a hipermetropia pode acometer pessoas de todas as idades.

Essa condição é caracterizada por redução no comprimento axial do olho, que promove a formação da imagem posterior à retina.

Existem dois subtipos de hipermetropia, são eles:

  • Axial: quando o globo ocular tem menor comprimento entre a pupila e a retina
  • Refrativa: quando a córnea é mais plana do que deveria

Pacientes acometidos por ambas as variáveis da hipermetropia se queixam de ter dificuldades de enxergar de perto enquanto conseguem ver bem os objetos que estão mais longe.

Quanto aos fatores de risco da doença, acredita-se que sejam genéticos ou causados por condições pré-existentes.

Geralmente a hipermetropia é tratada com o uso de lentes corretivas, sejam de contato ou por meio de óculos.

Porém, caso o paciente prefira pode fazer uma cirurgia refrativa para corrigir o problema.

Presbiopia

A presbiopia ou "vista cansada", como também é chamada, é uma das doenças oftalmológicas mais comuns que existem.

Essa condição está relacionada ao envelhecimento e, por isso, é mais frequente em pessoas acima de 40 anos. Aqui está a origem da brincadeira do “braço curto”, certamente você já se deparou com alguém que precisa afastar a cabeça para trás para conseguir ler algo que está em suas mãos.

O que causa a presbiopia é a deterioração do cristalino, a lente natural dos olhos, e sua acomodação. Esse componente acaba por se alterar, causando os sintomas da presbiopia.

Com isso, os indivíduos acometidos passam a ter dificuldade em focalizar objetos que estão perto, dores nos olhos, vista borrada e cansaço ocular clássico.

Já os tratamentos disponíveis para essa doença são o uso de óculos ou lentes de contato ou a cirurgia facorrefrativa, que, nestes casos, pode ser usada para a substituição do cristalino danificado por uma lente intraocular.

Astigmatismo

O astigmatismo é mais uma das doenças que causam alguma dificuldade de enxergar de perto.

Essa condição é caracterizada por uma deformação na curvatura da córnea, que por sua vez causa um defeito de refração, impedindo a correta formação da imagem na retina.

Como resultado, a pessoa acometida fica com a vista embaçada, tendo dificuldades para ver corretamente tanto de perto quanto de longe.

Outro grande sintoma do astigmatismo é a hipersensibilidade à luz, que causa dores de cabeça, dores nos olhos e lacrimejamento.

Quanto ao tratamento essa alteração pode ser corrigida por meio do uso de lentes de contato corretivas, óculos e também pela cirurgia refrativa, que corrige a má formação corneana, responsável pela condição.

Catarata

Por fim, temos a temida catarata, que dentre os seus sintomas também pode gerar uma severa dificuldade para enxergar.

O que acontece é uma opacificação total ou parcial do cristalino, que causa o embaçamento da visão. Assim, se instaura uma dificuldade geral de enxergar, tanto de perto quanto de longe.

Inclusive, é sempre bom lembrar que a catarata é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como a maior causa de cegueira reversível do mundo.

Mais comum em pessoas acima de 50 anos, essa doença é causada principalmente pelo envelhecimento natural. Contudo, também pode ser resultado de fatores genéticos e da ação de doenças crônicas e uso de corticóides via oral ou através do uso prolongado de colírios com corticóide.

Até o momento, a única forma de tratar e curar a catarata é fazendo uma cirurgia que remove o cristalino danificado e o substitui por uma lente intraocular.

Os resultados desse procedimento costumam ser bastante satisfatórios, com um grande percentual dos pacientes recuperando totalmente a sua acuidade visual.

Como é feito o diagnóstico dessa condição?

Médico diagnosticando dificuldade de enxergar de perto

A dificuldade de enxergar de perto pode ser percebida e "diagnosticada" pelo próprio indivíduo que a sente.

Contudo, as condições que causam esse sintoma, que eu descrevi detalhadamente acima, só são detectáveis por meio de exames oftalmológicos.

Portanto, se você está sentindo esse tipo de dificuldade na visão, procure um oftalmologista o mais rápido possível. 

Inclusive, mesmo que ainda não esteja sentindo nada é importante fazer um exame oftalmológico anualmente, através dele é possível descartar outras doenças, como o glaucoma.

Além disso, a detecção precoce de problemas oftalmológicos aumenta as chances de tratamento e até de cura, quando possível.

Tratamentos disponíveis

Diferente do que muitos possam pensar, o uso dos óculos não é um problema, mas sim, uma solução, ele representa a forma mais comum para correção de graus e obtenção de uma visão satisfatória para enxergar de perto.

Outra alternativa são as lentes de contato, lembrando que sua indicação deve ser feita por um profissional habilitado. 

Consulte periodicamente um oftalmologista, só ele poderá realizar todos os exames necessários e confirmar se corrigir a dificuldade de enxergar de perto através das lentes de contato ou dos óculos é o tratamento ideal para o seu caso.

Por último, mas não necessariamente como último recurso a ser apresentado ao paciente, recorremos aos tratamentos cirúrgicos. Sua indicação deve ser feita de maneira muito responsável, levando-se em conta vários fatores, além do desejo do paciente de não querer mais ter que usar óculos.

As cirurgias podem ser refrativas, promovendo a correção a nível da córnea ou através da substituição do cristalino por uma lente intraocular fixa. Sua realização pode ser feita após uma completa avaliação e indicação, fator que também deve ser cuidadosamente analisado e discutido entre você e seu médico.

De toda forma, busque sempre um acompanhamento oftalmológico especializado e personalizado para o seu caso. 

Dr. César Bressanim

Dr. César Bressanim

CRM 12295 / RQE 7398
Oftalmologia

Especialista em Oftalmologia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Especialista em Glaucoma, Segmento Anterior e Catarata. Fellow em Glaucoma pela Universidade de São Paulo (USP). Membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Refrativa e Catarata. Membro da Sociedade Brasileira de Glaucoma. Professor de Oftalmologia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Em atendimento na Oftalmoclínica Cascavel.

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