Conheça o Modelo Denver de Intervenção Precoce

POR #PARTIUSAÚDE - 4 MINUTOS DE LEITURA

Praticamente todos os especialistas nos diversos tipos de doenças, transtornos e condições clínicas existentes, afirmam que o tratamento precoce é sempre a melhor saída.

Uma intervenção antecipada pode aumentar, e muito, as chances de um indivíduo portador de alguma condição ficar livre do problema, seja ele qual for.

Essa lógica também chega aos tratamentos para transtornos de ordem mental, e é nesse escopo que surge o Modelo Denver de Intervenção Precoce.

Nos tópicos abaixo você vai entender essa técnica. Acompanhe!

O que é o Modelo Denver de Intervenção Precoce?

O Modelo Denver de Intervenção Precoce, ou apenas Método Denver, como também é chamado, é uma espécie de terapia comportamental multidisciplinar focada em crianças diagnosticadas com TEA (Transtorno do Espectro Autista).

Esse método surgiu ainda em 1980, quando os primeiros resultados positivos foram observados.

Em 2012 a revista Time classificou o Método Denver como uma das 10 maiores descobertas científicas recentes.

Hoje em dia a maioria dos especialistas que tratam crianças com algum grau de TEA utilizam a técnica para trabalhar.

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Como funciona o método e para quem ele é feito?

Para que funcione corretamente, o Modelo Denver de Intervenção Precoce precisa ser aplicado em crianças entre 1 e 5 anos de idade.

As terapias visam desenvolver basicamente cinco aspectos específicos da vida da criança. 

Esses aspectos são conhecidos como “os cinco eixos do Método Denver”. São eles:

  • Percepção social (estímulos ao desenvolvimento de uma interação social melhor)
  • Linguagem (ensinar a criança a se comunicar socialmente e contextualmente)
  • Vivência do dia-a-dia (viver, trabalhar, compartilhar e se relacionar com outras pessoas)
  • Identidade mental própria (aspirações e ideais singulares)
  • Estabilidade motora (atividades para estabilizar os sistemas osteomuscular e nervoso da criança)

Para trabalhar esses aspectos, a criança é submetida a sessões de terapia com atividades que estimulam o seu desenvolvimento.

Entre essas atividades, estão:

  • Atividades de recreação com brinquedos propícios à idade da criança
  • Estímulos de interação com os pais e outros familiares do bebê
  • Prática de pintura, montagem de quebra-cabeças, montagem de estruturas de lego e outras atividades que estimulem a criança a raciocinar
  • Atividades físicas, para desenvolver as funções motoras da criança
  • Entre outras

Todas as atividades são praticadas de forma natural, com a utilização de elementos lúdicos.

Atividades como as praticadas no Método Denver já são observadas nos processos educacionais feitos para todas as crianças, logo quando entram na escola.

Porém, pacientes com TEA precisam ter essa interação adiantada, pois o transtorno pode acabar se enraizando, o que impedirá o seu desenvolvimento.

Modelo Denver de Intervenção Precoce na prática

Quem é o profissional indicado para trabalhar com o Modelo Denver de Intervenção Precoce?

O Modelo Denver de Intervenção Precoce é uma prática médica multidisciplinar.
Com isso, ao identificar que a criança porta o Transtorno do Espectro Autista, junto a um neurologista pediátrico ou psiquiatra pediátrico, os pais ou responsáveis devem buscar encaminhamento para o início das sessões do Método Denver.

Dentre os especialistas que podem aplicar o tratamento, estão:

  • Psicólogo pediátrico: capacitado a indicar os melhores caminhos para o estímulo mental do bebê.
  • Fonoaudiólogo: informa como estimular corretamente a fala da criança.
  • Terapeuta ocupacional: desenvolve as atividades a serem praticadas no consultório e em casa, pelos pais do bebê.
  • Neuropediatra: responsável por estudar o quadro neurológico da criança, que pode ser diferente de outros casos.
  • Entre outros profissionais.

Como deve ser aplicado esse modelo de intervenção?

Além da intervenção médica, sem a qual o Modelo Denver de Intervenção Precoce se torna impossível, o sucesso do tratamento depende do esforço dos pais ou responsáveis pela criança.

As terapias para desenvolvimento acontecem periodicamente, mas o convívio dos pais é diário e constante.

Por isso, as orientações e determinações dos especialistas precisam ser seguidas à risca.

Já durante as consultas e sessões de terapia, as atividades praticadas precisam seguir as orientações dadas pelo médico em questão.

O TEA, assim como outros transtornos de neurodesenvolvimento, costuma se manifestar de formas distintas em cada indivíduo.

Assim, definir o que tem potencial de funcionar para determinada criança só pode ser estabelecido com análises prévias, feitas pelos especialistas no Espectro Autista.

O autismo não é uma doença, e o Modelo Denver é uma prova disto!

Infelizmente o Transtorno do Espectro Autista é alvo de muitas fake news e afirmações distorcidas.

Por sua vez, os indivíduos que carregam o TEA, seja em qual nível for, são alvo de preconceito e discriminação.

Felizmente, hoje em dia existem muitas políticas de conscientização e educação sobre o Autismo, que são estimuladas por governos e instituições sérias.

Como vimos ao longo do artigo, métodos como o Modelo Denver de Intervenção Precoce provam que pessoas autistas não são doentes e podem desenvolver-se normalmente com os cuidados certos.

Assim como os brilhantes cientistas que desenvolveram a técnica há mais de 40 anos atrás, todos nós temos o dever de ajudar os portadores de TEA.

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