7 dicas de como tratar o ronco de uma vez por todas

POR LOUISE OLEINIK - 8 MINUTOS DE LEITURA

Roncar é algo tão comum que muitas pessoas ignoram o fato de poder resultar em problemas mais graves. Pois, geralmente, as consequências imediatas são reclamações dos parceiros, piadinhas e algum cansaço durante o dia. Mas, esse problema exige atenção e cuidados.

Saber como tratar o ronco de forma eficaz melhora a qualidade de vida no geral, além de prevenir doenças mais sérias.

Por isso, vou explicar as causas do ronco e as doenças associadas a ele, assim como as melhores opções de tratamento da atualidade. Confira! 

O que causa o ronco?

O ronco é um ruído que ocorre durante o relaxamento e estreitamento das vias aéreas superiores. Essa condição faz com que a musculatura da garganta e a  mucosa dessa região vibrem com a passagem do ar produzindo aquele som característico.

Nem todo mundo sofre com o problema, já que é preciso ter alguma predisposição para que esse caminho se feche o suficiente para produzir o ronco. Além disso, não são todos os casos que podem representar situações mais graves.

Por exemplo, é normal que uma pessoa ronque após um dia extremamente exaustivo no trabalho, ao pegar um resfriado e até mesmo ao fazer o consumo de bebida alcoólica antes de dormir.

Porém, quando o ronco se torna frequente, é necessário procurar orientação profissional, como um fisioterapeuta.

De forma geral, essa condição pode estar associada a um ou mais fatores, como:

  • Aumento de peso
  • Excesso de flacidez muscular na região da  orofaringe
  • Dificuldades respiratórias causadas por obstrução nasal
  • Fumar e consumir bebida alcoólica em excesso
  • Dormir com a barriga para cima
  • Fazer uso de medicamentos que atingem o sistema nervoso central
  • Desvio de septo obrigando a pessoa a respirar pela boca
  • Alteração no tamanho das amígdalas
  • Queixo retraído
  • Envelhecimento

Além de serem possíveis causas e fatores de risco, as situações descritas acima podem funcionar como agravantes do problema.

Quais são os fatores de risco?

Fatores de risco para começar a roncar

É inegável que algumas situações podem fazer com que uma pessoa comece a roncar. Embora não haja uma certeza de que o problema irá surgir, é preciso ficar atento aos seguintes fatores:

  • Obesidade
  • Comer muito antes de se deitar
  • Refluxo gástrico
  • Alcoolismo e tabagismo

Roncar está associado a doenças mais graves?

Se você está tentando entender como tratar o ronco é porque provavelmente ouviu falar de uma doença que está intimamente ligada a essa condição: a apneia do sono.

Pois, existem casos em que o ronco se torna tão sério que, além do ruído extremamente alto, o sono da pessoa é marcado por engasgos, pois a respiração é interrompida por alguns segundos várias vezes durante a noite. A limitação do fluxo de ar pode até diminuir a quantidade de oxigênio no sangue.

Na maioria das vezes, o indivíduo não é capaz de perceber o problema, que costuma ser dividido em duas classificações:

  • Apneia obstrutiva do sono, em que a respiração é prejudicada pelo relaxamento dos músculos da garganta.
  • Apneia central do sono, que ocorre em casos mais raros, onde o corte da respiração é ocasionado por um problema na região do cérebro que controla essa função.

Seja qual for o tipo, a apneia necessita de tratamento, pois a constante interrupção da respiração durante a noite vai levar a problemas sérios a longo prazo, como veremos a seguir.

Quais são os problemas que surgem em quem ronca?

Pessoas que roncam muito e desenvolvem a apneia do sono acabam por sofrer com uma situação em que a baixa de oxigênio no sangue estimula o sistema nervoso, fazendo com que o coração acelere e cause a contração de vasos sanguíneos.

Esse tipo de ocorrência ao longo do tempo colabora para o desenvolvimento de situações mais graves, como:

  • Impotência sexual
  • Alterações de tireoide
  • Dificuldades de se lembrar de alguns acontecimentos
  • Hipertensão
  • Arritmia cardíaca
  • Infarto
  • Diabetes
  • AVC

Por isso, é muito importante buscar ajuda assim que o problema for identificado.

Como é feito o diagnóstico do ronco?

Como mencionei, é difícil que a pessoa que ronca com frequência e sofre de apneia do sono identifique o problema sozinha.

Por isso, não ignore se alguém reclamar que você está roncando muito. Algumas pessoas se ofendem, tentam negar ou encontrar justificativas quando ouvem isso. Mas, a melhor atitude é marcar uma avaliação para verificar o problema.

Além disso, existem alguns sintomas que surgem com frequência no dia a dia da pessoa que enfrenta esse problema:

  • Acordar sempre cansado
  • Acordar várias vezes durante a noite
  • Ficar com muito sono durante o dia
  • Ficar irritado sem motivo
  • Perder a concentração nas atividades cotidianas

Então, ao perceber algum desses sintomas, o próximo passo é procurar um fisioterapeuta, otorrinolaringologista, neurologista ou pneumologista.  Essas três especialidades podem ser capazes de identificar o problema.

Durante a consulta inicial, o especialista vai estudar as vias respiratórias do paciente, à procura de sinais do que possa ser a causa do ronco, como desvios de septo, doenças respiratórias e outros.

Em alguns casos, o ronco está associado a alterações ortodônticas e dos ossos da face, sendo necessário envolver durante as pesquisas das causas diversos profissionais, incluindo dentistas e fonoaudiólogos.

Depois, pode ser necessário estudar o problema mais a fundo por meio de um exame chamado de  Polissonografia, em que a respiração e aspectos neurológicos do paciente são monitorados durante suas horas de sono.

Esse exame é capaz de mostrar a gravidade da situação e identificar se há apneia do sono. A partir dos resultados, o médico responsável pode pensar no melhor tratamento.

Chegou a hora de conhecer as dicas de como tratar o ronco

Hoje sabemos como tratar o ronco fazendo apenas algumas mudanças de comportamento, o que melhora a condição na maioria dos casos. Então, dependendo da análise feita pelo especialista, é provável que ele recomende um ou mais itens da lista abaixo.

1) Praticar atividades físicas regularmente

Não é segredo que se exercitar pode melhorar diversos fatores da nossa saúde, sendo útil inclusive para diminuir casos de ronco e apneia do sono. 

Isso ocorre porque a atividade física ajuda a perder peso, e sabemos que obesidade é um dos fatores contribuintes para os quadros de ronco. Além disso, exercícios regulares ajudam a melhorar o padrão do sono.

2) Ficar atento aos comportamentos antes de dormir e à forma de se deitar

O que você faz pouco antes de ir para a cama pode ser um dos causadores do ronco. Por isso, dê preferência a comidas leves durante a noite e evite comer muito perto da hora de dormir. Tomar bebida alcoólica antes de se deitar também não é recomendado.

Além disso, é importante evitar deitar-se de barriga para cima. Prefira dormir de lado para deixar as vias respiratórias mais livres.

3) Fazer fisioterapia

Trabalhar os músculos da região das vias aéreas superiores pode ser eficaz no tratamento de ronco e apneia do sono. 

Sendo assim, procurar um fisioterapeuta é uma boa saída para resolver o problema sem precisar de intervenções mais drásticas. 

O profissional vai avaliar o caso e decidir se a fisioterapia se enquadra na situação do paciente.

4) Uso de aparelhos

Há casos em que apenas mudar os hábitos não resolve, então o paciente precisa usar um aparelho intra oral desenvolvido por dentistas. 

5) Cirurgias

Se o otorrinolaringologista identificar obstruções graves em várias partes das vias respiratórias, o profissional pode recomendar uma cirurgia para tratar o ronco. Ela pode ser de diversos tipos, dependendo do diagnóstico:

  • Septoplastia
  • Turbinectomia
  • Amigdalectomia
  • Uvulopalatoplastia
  • Remoção de pólipos nasais
  • Sinusectomia
  • Implantes palatais

6) Uso do CPAP

Pacientes com casos mais graves de ronco e de apneia do sono podem ter que usar um aparelho que é colocado na face e introduz ar ambiente nas vias respiratórias durante todo o sono.

Nessa mesma linha, há alguns implantes sendo desenvolvidos que são capazes de estimular e impedir o relaxamento dos músculos da garganta durante o sono, sendo uma alternativa mais confortável, embora ainda não esteja disponível no Brasil.

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7) Exercícios para parar de roncar

Existem alguns exercícios que podem auxiliar aqueles que querem parar de roncar. Mas, antes de fazer qualquer um deles, é necessário procurar um fisioterapeuta ou um fonoaudiólogo, que irá definir quais são recomendados para o seu caso e com que frequência se deve fazê-los.

Além disso, só um profissional poderá dizer se você está executando os movimentos da maneira correta, já que alguns deles são um pouco confusos e exigem algum treinamento. Veja exemplos:

  • Force a língua contra o céu da boca e a mova para trás o máximo que conseguir, por pelo menos 20 vezes.
  • Coloque a língua contra o céu da boca e sugue ao mesmo tempo, segurando por 5 segundos e também repetindo por 20 vezes.
  • Tente abaixar a parte de trás da língua ao mesmo tempo em que contrai a garganta e a úvula. Se for possível, repita o movimento por 20 vezes.
  • Coloque os dedos indicadores entre os dentes e as bochechas e use apenas a força das bochechas para encostar os dedos nos dentes.
  • Faça o som de “Ah” enquanto levanta o céu da boca.

Lembre-se de nunca exagerar nos exercícios para tratar o ronco e sempre procure orientação profissional.

Agora que você já entendeu como tratar o ronco e também conhece os perigos de ignorar o problema, não deixe de observar se você sente algum dos sintomas relacionados à essa situação. 

Também é importante estar atento àqueles à sua volta e fazer o alerta caso a pessoa esteja roncando muito por dias seguidos. Pois, embora pareça inofensivo à primeira vista, o ronco deve ser tratado com muita seriedade.

Dra. Louise Oleinik

Dra. Louise Oleinik

Crefito 8/74354
Fisioterapeuta cardiorrespiratória

Fisioterapeuta há 18 anos, atua hoje na área do sono, cardiorrespiratória e fisioterapia hospitalar, fazendo parte do corpo clínico do Hospital Policlínica Cascavel. Em 2021 fundou a Clínica FisioVita, especializada em reabilitação facial e vestibular, terapia manual, respiratória, neurológica, ortopedia, pilates, pélvica e RPG. Em 2016 fundou a Vittae, empresa que atua na na locação e vendas de equipamentos para Síndrome da Apneia do Sono (CPAP), BiPAP e Oxigenoterapia.

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